REFERENCIAIS

MODULO 1 - CERÂMICA

"A metamorfose" de Franz Kafka.

" . . . Fixava o olhar na janela, mas infelizmente a visão do nevoeiro matinal que chegava a tapar o outro lado da rua não de molde a inspirar-lhe confiança e alegre. <<Sete horas já, e ainda tanto nevoeiro.>> e deixou-se ficar estendido alguns instantes, calmo, respirando suavemente, como se esperasse que o silêncio absoluta lhe devolvesse uma situação real, de normalidade. . . ."

(pagina 26)

" . . . No comprimento da esquerda fez-se silêncio embaraçoso. No da direita, a irmã começou a soluçar. Porque é que a irmã não ia ter com os outros? Com certeza tinha acabado de se levantar e ainda nem se quer começara a vestir-se. Mas então porque chorava? Por ele não se levantar e não deixar que o gerente entrasse no quarto, por estar em risco de perder o emprego e porque o chefe voltaria a perseguir os pais com as velhas exigências? Por enquanto, tais preocupações eram, com certeza, desnecessárias. Gregor estava ainda em casa e não tinha a menor intenção de abandonar a sua família. . . ." 

(pagina 29)

" . . . Sentia-se reintegrado no círculo dos humanos e esperava e uma grande e providencial ajuda do médico e do serralheiro, ainda que não conseguisses distinguir-los claramente um do outro. Para tornar a sua voz o mais nítida  possível, de forma a poder participar na conversa decisiva que se aproximava, tossiu um pouco, esforçando-se aliás, por fazer-lo num tom abafado, dado que possivelmente também este som lembraria tudo menos uma tosse humana, coisa que ele próprio já não se atrevia a avaliar. Entretanto, na sala ao lado tinha-se feito um silêncio absoluta. Talvez os pais estivessem sentados à mesa com o gerente, a cochichar, ou talvez estivessem todos encostados à porta, à escura. . . ."

(pagina 32 e 33)

"A vida num sopro" de José Rodrigues dos Santos.

" . . .o olhar dos dois voltou a cruzar-se essa manha, queda um na sua sala, ele no piso superior, ela no piso inferior, as duas alas separadas pelo pátio, ambos espreitavam pela janela como se o sonho estivesse para lá dela, como se o fluir da vida ali os aguardasses mas desta vez a rapariga manteve-se um tudo-nada mais a fila-lo, o olhar de Jade preendeu-o no tempo, um instante sem fim, ela com aqueles olhos melífloous, não eram castanhos nem verdes, eram áurdos e açucarados, carregados de promessas, o olhar quentes e brilhantes como o mel. . . ."

(pagina 12)

" . . . Perdeu tuda a noção do tempo, mergulhando na escuridão da dor que lhe moía o corpo. Teve apenas a vaga impressão que que o arrastavam, mas quase não se importou. Estava já para lá de tudo isso. Largaram-no sobre uma superfície dura e fria, cuja a textura demorou a intender. . . ."

(pagina 126)

" . . . Abriu devagar os olhos e deparou-se com o céu acinzentado da tarde, um manto de cobre recortado pelo ondular atijolado dos telhados. Não fazia ideia do sitio onde se encontrava. Ergueu a cabeça a custo e olhou em redor. Rostos espantados observaram-no com um misto de medo e curiosidade, com se estivessem indecisos, tentando entender quem poderia ele ser. Tratar-se-ia de um bêbado? Era um maltrapilho? Seria perigoso?. . . ."

(pagina 126 a 127)

MODULO 2 - OURIVESARIA




















"A metamorfose" de Franz Kafka.

" . . . Pode-se ficar momentaneamente incapaz de trabalhar, mas é precisamente nessa altura que devemos lembrar o bom rendimento prestado e pensar que, mais tarde, ultrapassados os obstáculos, se trabalhará com certeza  ainda com maior zelo e  concentração . . . ."
 (pagina 35)


 ". . . Foi-se esgueirando em direcção a porta, sem tirar os olhos de Gregor. mas muito progressivamente, com se houvesse uma proibição secreta de abandonar a sala  . . . ."
 (pagina 36)


" . . . Era preciso reter o gerente, acalma-lo, convence-lo e, finalmente, conquista-lo; disso dependia o futuro de Gregor e sua família! . . . ."
 (pagina 36)



 ". . . Mal isto aconteceu, senti-o, pela primeira vez naquela manha, um bem-estar físico; as patinhas encontravam um apoio firme e , como constatou com alegria, obedeciam-lhe completamente; esforçavam-se mesmo por leva-lo aonde quisesse, e já acreditava que estava iminente a melhoria definitiva de tudo o seu sofrimento. Mas, no preciso momento em que , balançando num movimento suspenso, não muito afastado da sua mãe, se viu frente a frente com ela, no chão, esta, que parecia ter ficado mergulhada em si mesma, pôs-se de pé num salto, os braços completamente esticados, os dedos abertos . . . ."

 (pagina 37)

"O anjo branco" de José Rodrigues dos Santos.

" . . . As noticias da radio eram demasiado graves e um clima de receio havia-se instalado por toda a parte. Uns buscavam refúgios nas missas, outros nas conversas sobre "a situação" . . . ."
 (pagina 34)

" . . . tirou um maço do bolso e acendeu um cigarro. Uma nuvem de fumo cinzento-azulado ergueu-se do seu rosto e colou-se-lhe ao cabelo . . . ."
 (pagina 36)

" . . . O titulo da noticia que dominava essa pagina mencionava o sucesso que estava a ter o grande invento do ano, inaugurado com vistosa pompa 3 meses antes. . . . ."
 (pagina 38)

" . . . Alem disso, a exposição tem a vantagem de aumentar o mural do povo, cimentar o orgulho nacional e a confiança no futuro. Em tempos tão deprimentes, estas coisas ajudam-nos a encarar a vida . . . ."
 (pagina 39)